Muitos atletas sofrem entorse do tornozelo, independente do nível da atividade. E o que deve ser feito?

– Para evitar que piore o inchaço (que é a maior causa de dor), o tornozelo deve ser elevado acima do nível do coração, a maior parte do tempo, pelo menos na primeira semana.

– Compressas de gelo por 15 minutos, a cada 2 horas.

– Repouso (o ideal é por aproximadamente 7 dias se o edema for muito importante)

– Utilizar um par de muletas para se locomover, e se a dor estiver intensa, não pisar até passar com um ortopedista para afastar fratura. Se afastado fratura, pode apoiar o pé conforme tolerado, isso ajuda a cicatrizar a lesão.

– Evitar o uso de relaxante muscular ou compressa de água quente nos primeiros dias.

Tanto o gelo como o uso do anti-inflamatório (se caso prescrito pelo seu médico), deve ser utilizado por um período de 5 a 7 dias no máximo. Após esse período, essas medidas podem atrasar a cicatrização, pois é necessário uma reação inflamatória para que o tecido se recupere de forma adequada. O uso do contraste (gelo e calor alternados) não é indicado, pois se não for realizado corretamente, pode piorar o quadro.

A tala gessada ou imobilizador tipo “robofoot” são utilizados no entorse grau 3 (mais grave), de uma a duas semanas, seguido de imobilizador para tornozelo, o que possibilita o uso com calçados e mantém a proteção. Nos casos mais leves (grau 1 e 2), o de tornozelo pode ser utilizado desde o primeiro dia. Geralmente o uso por até 6 a 8 semanas possibilita uma boa recuperação.

A fisioterapia deve ser iniciada assim que possível, e o ortopedista irá reavaliar periodicamente para uma possível lesão ligamentar mais grave, que possa causar instabilidade (falseio e novos entorses). Nesse caso está indicado complementar com o exame de ressonância magnética e/ou radiografia em estresse, pois há uma possibilidade que precise de uma cirurgia para reconstruir os ligamentos rompidos.

E quanto ao retorno aos esportes?

Depende do grau da lesão, mas em média demora de 2 a 6 semanas. O tornozelo ja deve estar menos dolorido, o atleta deve estar correndo ou fazendo os movimentos do esporte específico sem dor, e alongamento, fortalecimento e propriocepção já devem ter sido iniciados na fisioterapia. Retornar com carga de treino menor, em torno de 50%, e aumentar gradativamente. O ideal é sempre antes do retorno ao esporte o ortopedista avalie o tornozelo, para evitar um novo trauma. E o mais importante, você tem que estar confiante que pode voltar a praticar suas atividades.

A utilização de imobilizador durante o esporte previne novas lesões?

Sim, diminui o risco (a incidência), mas não protege contra um entorse mais grave. O mais indicado são os imobilizadores tipo “lace-up” (com cadarço e barras laterais). Somente tornozeleiras de neoprene não são indicadas como prevenção.

Somente o alongamento e fortalecimento na fisioterapia são suficientes?

Não, pois após o entorse é perdido a propriocepção (capacidade do corpo de perceber que você vai torcer o tornozelo e ter uma resposta rápida muscular que evite ou torne o entorse mais leve). Isso pode ser recuperado com exercícios específicos na fisioterapia e na academia.

E lembre-se, o mais importante após um entorse é uma boa reabilitação, com acompanhamento de um ortopedista, fisioterapeuta e posteriormente de um preparador físico, para evitar novos episódios.

Torci o tornozelo, e agora?

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